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Investimentos

Quinta-Feira, Dia 08 de Junho de 2023 as 02:06:02



KLABIN - Resultado no 1º Trimestre/2023: Números Robustos


 
KLABIN - Resultado no 1º Trimestre/2023
Números ainda robustos; segmento de celulose surpreende positivamente
 
Por Mary Silva, CNPI-P
03.05.2023
 
O resultado reportado pela Klabin no 1T23 foi positivo, em nossa opinião, com números mistos em relação às nossas estimativas, mas ainda robustos.
 
No consolidado, apesar da queda de 2,1% a/a nos volumes de venda, a receita líquida superou R$ 4,8 bilhões (+9,2% a/a), o EBITDA ajustado foi de R$ 1,9 bilhão (+12,5% a/a), e a margem EBITDA ajustada atingiu 40,2% (+1,2 p.p. a/a). 
 
O crescimento dessas linhas foi puxado pelo segmento de celulose, que surpreendeu positivamente, já que esperávamos um arrefecimento da rentabilidade em função do maior equilíbrio entre oferta e demanda global da commodity, com impacto nos preços; apesar dessa dinâmica ter de fato ocorrido, a companhia continuou direcionando as vendas para mercados mais rentáveis e se beneficiou de contratos de longo prazo, com preços mais favoráveis. Além disso, o cenário para custos seguiu melhorando, contribuindo para o avanço de margens no segmento. 
 
Os segmentos de papéis e embalagens também apresentaram uma boa rentabilidade no 1T23, com os reajustes de preços compensando a queda de 10,3% a/a nos volumes de venda e a elevação nos custos.
 
Além disso, o lucro líquido também teve crescimento na comparação anual (+44,2%) e atingiu R$ 1,2 bilhão. 
 
Junto com a divulgação do resultado, a Klabin anunciou a distribuição de dividendos de R$ 389 milhões (~R$ 0,35/unit), a serem pagos em 16/05 (os papéis serão negociados ex-dividendos a partir de 08/05). O valor representa um yield de 1,8% sobre a cotação média dos últimos 12 meses. 
 
Destaques por segmento
 
A despeito do arrefecimento do consumo de celulose nos EUA, Europa e América Latina – mercados cuja demanda vinha se mantendo aquecida nos últimos trimestres – e da continuidade da fraca demanda na China, a Klabin reportou incremento de 12% a/a no volume de vendas da commodity e de 26% a/a na receita líquida do segmento, puxada também pelo incremento nos preços médios, que foram favorecidos pelos contratos de longo prazo da companhia. O custo-caixa por tonelada teve incremento de 5% na comparação anual, refletindo o aumento do consumo de madeira de terceiros durante o primeiro ciclo do projeto Puma II, conforme já esperado, que foi compensado pela redução de custos de químicos e combustíveis e pela maior diluição de custos fixos. 
 
Como resultado, o EBITDA ajustado do segmento foi de R$ 945 milhões (+42% a/a), que representa uma margem EBITDA ajustada de 55% (+6 p.p. a/a).
 
Já nos segmentos de papéis e embalagens, a dinâmica variou entre as diferentes categorias: em cartões, a demanda permaneceu aquecida, sustentada por novos hábitos de consumo iniciados desde a pandemia e pela continuidade da substituição de plástico de uso úni.
 
No segmento de containerboard, a demanda continuou enfraquecendo, levando à queda nos volumes de venda tanto no mercado doméstico, como externo. Em papelão ondulado, pelo segundo trimestre consecutivo houve retração de volumes em decorrência da menor safra de frutas por questões climáticas e pela queda na exportação de proteínas, desta vez em função do embargo da China.
 
E, por fim, a categoria de sacos foi novamente impactada pela retração das vendas de cimentos, embora a companhia tenha conseguido compensá-la ao direcionar as vendas para outros segmentos (ração animal, farinha e café). 
 
Como resultado, houve queda de 10,3% a/a no volume consolidado de vendas de papéis e embalagens, compensada parcialmente pelos incrementos de preços realizado ao longo do período, que amorteceram a queda na receita líquida (-2% a/a) e contrabalançaram a elevação de custos. 
 
Assim, o EBITDA ajustado do segmento atingiu R$ 998 milhões (-6% a/a) e a margem ajustada ficou em 34% (-1 p.p. a/a).
 
Destaques operacionais e financeiros
 
O resultado financeiro foi positivo em R$ 58 milhões (ante um resultado negativo de R$ 77 milhões no mesmo período do ano anterior), refletindo a redução de despesas financeiras e o aumento das receitas financeiras, já que o resultado de itens sem efeito caixa (variação cambial líquida, resultado de derivativos financeiros e de hedge accounting de fluxo de caixa) se manteve estável em relação ao 1T22. Assim, o lucro líquido atingiu R$ 1,2 bilhão (+44,2% a/a).
 
Ainda no aspecto financeiro, a dívida líquida encerrou o 1T23 em ~R$ 21 bilhões, praticamente estável em relação à posição do final do 4T22, assim como a alavancagem financeira medida pela dívida líquida/EBITDA em 2,6x. A posição de caixa permaneceu robusta no encerramento do trimestre (em R$ 7,1 bilhões, ante R$ 6,5 bilhões no final do 4T22), compensando a elevação na dívida bruta em montante similar. 
 
O fluxo de caixa livre foi negativo em R$ 202 milhões (ante R$ 167 milhões positivos no trimestre anterior), em função principalmente do aumento de capital de giro.
 
O desembolso para investimentos somou R$ 1,2 bilhão no 1T23, dos quais ~R$ 520 milhões se referem ao projeto Puma II, cujas obras atingiram 92% de evolução e a inauguração segue prevista para junho/2023, acumulando o desembolso total de R$ 11,6 bilhões. Além disso, outros R$ 170 milhões foram destinados aos projetos especiais e de expansão em andamento.
 
Apesar da continuidade de correção gradual nos preços de celulose, tal como comentamos no relatório de resultado do 1T23 da Suzano divulgado na semana passada, os papéis da Klabin mantiveram relativa resiliência e acumulam queda de 2,4% em 2023 até ontem (02/05), enquanto o Ibovespa e os papéis da principal concorrente (Suzano) acumulam quedas superiores no período (-7,1% e -16,1%, respectivamente). 
 
Em nossa visão, a queda mais branda de KLBN11 está relacionada ao menor peso do segmento de celulose no resultado consolidado da Companhia, e da expectativa de boa performance do segmento de papel e embalagens, puxada pelos reajustes de preços realizados desde 2022, compensando a elevação de custos e, portanto, mantendo a boa rentabilidade do segmento.
 
Entendemos que os resultados da empresa nos próximos trimestres continuarão satisfatórios, principalmente pela sua diversificação de fibras, mercados de atuação e categorias atendidas, o que beneficiou seu balanço nos últimos trimestres. 
 
No entanto, o cenário para o setor permanece incerto, diante da expectativa de aumento da oferta global, pelas inaugurações de novas plantas de celulose e pela solução gradual de outras restrições da oferta (como problemas logísticos), além do menor crescimento econômico global em 2023, com possível reflexo negativo em demanda de papel e celulose, principalmente nas regiões que têm sustentado os bons números da empresa. 
 
Essa dinâmica poderá levar a uma correção mais intensa nos preços de celulose e à queda nos volumes de ambos os produtos, impactando os números da empresa à frente e pressionando os papéis da Klabin. Assim, mantemos nosso preço-alvo 2023e de R$ 24,00 e a recomendação Neutra.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por
MARY SILVA, CNPI-P, analista do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: MARY SILVA, CNPI-P, analista do BB Investimentos





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